terça-feira, 3 de outubro de 2023

Porque a Teresa pediu*


Teresa me pediu um poema, mas um poema não sei escrever. Sou uma contadora de histórias e só sei me expressar dessa forma. As histórias simplesmente brotam, narrativas que me pertencem, que me escolheram. Elas crescem no seu próprio formato, sem que eu tenha muita interferência. Por isso sei que sou uma contadora de histórias e não uma poetisa.

O que mais me impressiona nos poemas, são as entrelinhas, os vários significados, os versos. Entendo pouco desse emaranhado de sentimentos e signos. Acredito que seja mais básica, quando escrevo, tenho dificuldade com as camadas. 

Teresa tem me ajudado. Tem me inspirado a falar da minha linha da vida e da minha ancestralidade. Quero contar a história de meus avós quando cruzaram o oceano no porão de um navio em 1957. Diferente de outros, que por aqui chegaram escravizados, eles vieram porque escolheram. Queriam prosperar no país do futuro. No Brasil, meu avô deixou sua profissão de alfaiate e se aventurou no comércio. O tradicional português da lanchonete, da padaria, do botequim. Minha avó, sempre ao seu lado, preparando seus quitutes e criando os 3 filhos que vieram consigo no navio e o que veio na barriga e só nasceu em terras brasileiras.

Quero contar a história da minha bisavó, que provavelmente foi raptada pelo meu bisavô de sua aldeia/comunidade quando ainda era apenas uma criança. Provavelmente de alguma etnia indígena, ninguém sabe, porque a história se apagou. E ela infelizmente não está mais aqui para contar. Dela tenho uma forte lembrança de afeto. E o gosto pelos felinos. Além dos muitos filhos que teve e dos muitos filhos que criou, ela também adotou muitos gatos. Sentada em sua poltrona na varanda, como uma verdadeira rainha em seu trono, estava sempre rodeada por eles. Sentia que era sua maior felicidade. Quando ela morreu, todos sumiram. E o preferido, definhou e morreu junto.

São histórias que ainda quero contar, mas nessa noite de sábado vai esse gostinho do que está por vir. Não em forma de poema, Teresa, porque isso não posso te dar

* Texto elaborado a partir da provocação da Teresa Cárdenas na aula no SESC Niterói.

domingo, 17 de setembro de 2023

Exercício 1 - Professora Tatiana Pequeno

 

Estou aqui para fazer mais um exercício do curso de escrita do SESC Niterói. Na primeira aula, a Tatiana Pequeno fez uma dinâmica na qual tínhamos que escolher um retalho de uma caixa no centro da sala. Ela nos convidou a falar sobre a escolha e a relação com a nossa vida. Ao final da manhã, foi solicitado que fizéssemos um texto de apresentação. Entre uma aula e outra tivemos um pouco mais de um mês para a construção. Aqui vai o meu.

Lina, bordadeira de tecidos, papéis e palavras

Bordando aqui, bordando ali, a vida foi se constituindo. 

Avós bordando de um lado e do outro. D. Zuleika era costureira, fazia vestidos de noiva, madrinhas, roupas comuns e também sabia bordar. Minha mãe, quando pequena, ajudava. Acabou aprendendo o ofício, apesar de nunca ter gostado, nem seguido. D. Dina bordava a mão e a máquina. Desde que vim ao mundo, preparou meu enxoval que devia estar pronto aos meus 15 anos, como era de costume na aldeia onde nasceu. 

Minha mãe me ensinou a bordar desde muito cedo, ainda menina e fez o mesmo com minha filha. Eu tinha um certo orgulho do meu bordado. Na minha casa, todos tinham muita habilidade para desenho e pintura, mas eu achava que não tinha esse dom. Acreditava que não era boa com as mãos, até hoje em dia essa crença me acompanha. Pensava que, na verdade, só tinha cabeça, só ela funcionava bem. Com isso estudava loucamente! Sigo estudando até hoje, julgo que sou realmente boa nisso e me satisfaz bastante, entretanto não totalmente. 

Num determinado momento o bordado me servia de processo meditativo (hoje ainda é assim). Utilizava também como forma de presentear. Sempre gostei de agraciar as pessoas com produções minhas, pessoais, feitas especialmente para aquela pessoa. Muitas amigas tem coisinhas com seus nomes bordados em ponto de cruz. Bebês recebiam babadores e toalhinhas. Adorava esse meu empenho. 

Para Ian pouco bordei, estava na faculdade, entrando no Internato, numa gravidez não programada. Mas minha mãe bordou muito. Fez um quadro lindo de uma casa de ursinhos para colocar no quarto dele e um enxoval lindo para o meu bebê. Depois que ele se foi, tudo foi guardado e fiquei muito tempo sem bordar.

Na época da Residência Médica, o bordado retornou. Queria fazer umas almofadas novas para minha casa e resolvi fazê-las em ponto de cruz. Aproveitei os plantões noturnos no hospício para me entreter enquanto esperava ser chamada para alguma intercorrência. Entretanto não evoluiu muito mais que isso.

Para Mônica acabou sendo diferente. Como fiquei boa parte da gravidez de repouso, tive a oportunidade de bordar mais. Minha mãe já não bordava tanto por conta da artrite nas mãos. Contudo depois do nascimento dela, tudo foi novamente guardado e esquecido.

A vida foi se bordando sozinha, sem muito a se pensar e sem a minha interferência. Somente deixando o traço seguir por onde parecia ser o caminho. Trabalhei em muitos locais enquanto a Mônica foi crescendo, fiz mestrado, me encontrei na docência.

Em 2016, procurando por modos de organização pela vasta rede internacional de computadores, me reencontrei com a arte. A criatividade chegou primeiro através da decoração de planners e cadernos; depois veio em formato de cartas e mailart; e decorrido um tempo, como scrapbook. No scrap o bordado veio com força total. Agora é quase uma marca registrada da minha produção poética. Para ser arte da Lina, tem que ter algum bordado, uma linha, uma fita, ou qualquer outro aviamento. 

E assim, bordando aqui, bordando ali, a vida segue se constituindo.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

A Louca por livros - Finalizados em Fevereiro de 2023

 

Falei que ia fazer uns exercícios de escrita e colocar aqui. Portanto me enrolei e não fiz nada! Mas não desisti, porque ainda dá tempo de fazer. Porque correr com algo sem necessidade?

Então bora falar dos livros lidos nesse momento, só para não desaparecer, né?

1) Segundo Sexo (volume 1) de Simone de Beauvoir. Livro indicado pelo grupo de leitura Lendo Elas. Como posso falar desse livro sem parecer leviana? Sei da sua importância para a literatura feminista. Contudo que livro quase impossível de ler! Para ter uma ideia, nós não conseguimos discutir coletivamente. Ninguém conseguiu terminar. Era para o encontro de Fevereiro, porém ficamos arrastando ele até Julho sem conseguir terminar. Sem conseguir se reunir e sem conseguir ler outra coisa. Mas finalmente decidimos sair e retomá-lo num outro momento, ou nunca. O primeiro volume está dividido em duas grandes partes. No primeiro seguimento já foi super difícil, porque ela fala da cultura misógina e do feminismo por óticas de várias teorias e num processo histórico (parece fácil escrevendo assim). Na segunda parte, ela fala principalmente dos mitos envolvendo a mulher. Mas ela parte do pressuposto que você conhece tudo o que é citado e por isso é tão difícil. Não é um livro para iniciantes. Dizem que melhora no segundo volume. Vamos respirar para tomar coragem!

2) Locke and Key de Joe Hill e Gabriel Rodrigues - Volumes 1 e 2 - História em Quadrinhos. Estava doida para ler esses quadrinhos. Vi a série da Netflix e fiquei apaixonada. Ele é escrito pelo Joe Hill que é filho do Stephen King e as ilustrações são do Gabriel Rodrigues. A história basicamente é sobre uma família que passa por um episódio de violência grave e se muda para uma enorme casa antiga com chaves mágicas. A série é mais juvenil, os livros são mais adultos. Muito mais assustador! Vale super a leitura. Cada livro você leva apenas algumas horas.

3) Entregas Expressas da Kiki de Eiko Kadono e Daniel Kondo. Esse livro é da minha filha e ela sempre falou para eu ler, porque ela achava que eu ia amar! E de fato amei! É a história de uma bruxinha. Na sua cultura, numa determinada idade, tem um rito de passagem. Tem que sair de casa e escolher outro lugar para morar sozinha e se virar. Ela viaja e encontra um lugar. Para sua sobrevivência começa a fazer delivery com a vassourinha dela! Fantástico! Ela passa por várias aventuras bem divertidas!

4) Loucos por Livros de Emily Henry. Livro enviado pela Tag - Experiências Literárias no Clube Inéditos em Dezembro de 2022. Aquele livro vira página gostosinho! Principalmente se você gosta de ler livros sobre as pessoas do mundo editorial. Eu amo! Mesmo sendo ficção. Acho uma delícia um romance com uma editora, uma escritora, um livreiro, coisas do gênero. Por isso esse livro é daqueles que se encaixam. É a história de uma editora muito dedicada ao trabalho, em exagero! A irmã a arrasta para uma pequena cidade na intenção de viver uma aventura tipo clichê de comédia romântica. E não é bem isso que acontece, mas acaba de certa forma sendo. Eu achei que o final podia ser melhor.

Bem, é isso pessoal! Quando der, volto aqui para escrever mais!

terça-feira, 18 de julho de 2023

A Louca por Livros - Finalizados em Janeiro de 2023





Como vocês devem ter percebido, voltei a postar aqui. Estou fazendo aos poucos os exercícios do livro da Ana Holanda. Porém, hoje, vou retomar a escrita sobre os livros que li. Como não posto desde o início do ano, vamos fazer então a lista desde Janeiro. Espero, sinceramente, não me atrasar mais. Entretanto só o tempo dirá!

Simbora então para os livros finalizados em Janeiro de 2023

1 - As Maravilhas de Elena Medel - Livro enviado pela Tag - Experiências Literárias em Novembro de 2022 no clube Curadoria. Duas mulheres em tempos diferentes na Espanha. A história trata de feminismo, exploração do trabalho, a falta que o dinheiro faz na vida das pessoas, tudo ao mesmo tempo agora. Uma personagem é mais velha e veio de uma cidade pequena para a cidade grande para conseguir sobreviver e a história se repete 30 anos depois com a personagem mais nova. As histórias em algum momento se entrelaçam, mas não se tocam de verdade. É um livro legal, mas confesso que esperava mais dele.

2 - O Mistério de Henry Pick de David Foenkinos - Livro enviado pela Tag - Experiências Literárias em Novembro de 2022 no clube Inéditos.  Eu gostei muito de ler esse livro, porque o tema dele tem relação com o mundo editorial. A história se passa numa pequena cidade que tem uma biblioteca com uma sessão um tanto peculiar: livros recusados. Textos que não foram aceitos para serem publicados em nenhum lugar. Então dois visitantes acham um livro interessante, que deveria ter sido publicado, que tem potencial pra isso. Só que o livro não tem um autor e com isso começa uma peregrinação de busca pelo autor e sua história.

3 - À noite andamos em círculos de Daniel Alarcón - Livro indicado pela Tag - Experiências Literárias na Volta ao Mundo em 50 livros como representante do Peru. Apesar de ser um livro indicado como se fosse do Peru, o escritor não mora no Peru desde novo e a conclusão que eu tirei, sinceramente, que ele fala do Peru de uma forma tão superficial, que até eu poderia falar também, sem nunca ter estado lá. Na verdade, a história é sobre um grupo de teatro revolucionário. Tem um contexto histórico super legal, mas a narrativa não anda. E a descrição dos locais, não pega. Imagino que tenham outros livros mais emblemáticos do Peru. Fiquei um pouco decepcionada.

4 - Sapiens - Uma breve história da humanidade - Volume 1 - HQ. Era só o primeiro volume e já tenho a resposta de como chegamos nessa situação atual! Impressionante a descrição deste livro sobre o início das espécies Homo e como tudo foi se desenvolvendo. Tudo mentira esse negócio de quem sobrevive é o mais forte. Na verdade, quem sobrevive é quem extermina os coleguinhas. Se você não leu, LEIA! Quase uma obrigatoriedade.

5- O homem do Castelo Alto de Phillip K. Dick. Esse livro estava na minha lista há muito tempo! Ele estava aqui na minha estante olhando para mim e eu olhando para ele. Por causa da série da Prime Vídeo, ele pulou da estante e virou prioridade. Na verdade, o livro e a série só saem da mesma premissa, mas as histórias se desenrolam de maneira muito diferente! A premissa é a seguinte: imagine um mundo onde os nazistas ganharam a Segunda Guerra. Mundo dividido entre Alemanha e Japão. América Latina, África e Ásia como campos de concentração, exploração e descarte. Infelizmente essa parte guarda alguma semelhança com a realidade. Excelente distopia que nos dias atuais, com a ascensão do neonazismo, nos deixa de cabelos em pé. Tem que ter estômago. Como sempre, ou quase sempre, o livro é melhor que a série, até porque o final da série foi bem ruim!

quinta-feira, 13 de julho de 2023

História dentro da história

Hoje vim aqui fazer o exercício 2 do livro Como se encontrar na escrita de Ana Holanda. o exercício é contar a história de um desconhecido. Tipo abordar alguém na rua, qualquer um e ouvir a história dele. Só que, teoricamente, eu faço isso todos os dias, faz parte do meu trabalho ouvir histórias o dia inteiro. Resolvi então adaptar esse exercício da seguinte forma: Vou aqui recontar um pedaço de um enredo, a partir de um outro olhar. 

Tenho ouvido um podcast com muitas histórias chamado Não Inviabilize. Esse podcast tem muitos quadros e um deles é o Amor nas Redes. Um desses relatos me tocou muito e pensei em narrar uma parte.

https://open.spotify.com/episode/0q64bY64HFYvknEhN8PL8i?si=_NI2K7VzSeq7wSwn0mV_WQ

Sorte

Mais um dia comum por aqui. Mais um aniversário nesse lugar onde os dias são sempre iguais. Fazer aniversário não faz muita diferença onde eu moro. Na verdade a única diferença que faz, é que quanto mais velho eu fico, mais difícil de sair daqui, de alguém me adotar. Parece que poucas pessoas se importam com isso, mas sei que D. Josefa se importa. Ela é a cozinheira que traz umas comidas diferentes para gente. Não é que não temos  comida, claro que temos. Comemos muito bem todos os dias e a comida é até bem gostosa, mas é sempre a mesma coisa. 
Ela trabalha numas festas também. Num lugar de gente rica e com isso sobra muita comida. Com isso ela sempre carrega com ela um tantão que ela dá para a gente. Ela faz a maior invencionice. Ela toca sanfona, por isso tem aquela mala enorme para colocar a sanfona dentro e ficar protegida. Ela usa esse negócio para colocar a comida que ela traz. Um monte de doces de gente rica, bolo, comidas diferentes que a gente nunca tinha comido. Eu acabo comendo quase tudo, porque só eu sou grande aqui. O resto é tudo pequeno e não come muito doce. No dia de hoje, eu faço doze anos. Fiz um pedido especial para D. Josefá, pedi um pedaço de bolo só pra mim. A gente pode colocar um fósforo e cantar parabéns. Só pra mim. Aqui os aniversários são comemorados todos juntos. São todos do mês num dia só. Então nunca tive uma festa só pra mim. Então estou animado para hora dela chegar. Será que ela conseguiu o bolo? Ou não?
A D. Josefa é muito legal! Além dessa história das guloseimas, ela é muito alegre e sempre me ajuda quando eu estou triste. Ela me fala que amanhã eu vou ter sorte. E eu acho que ela está certa. Pensando nisso eu fico mais feliz. 
Ela chegou! Estava acordado desde antes do dia amanhecer já ansioso com isso! Ela trouxe meu bolo! Ah, que felicidade! Vamos poder cantar parabéns, nem acredito.
 
Parabéns para você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! Viva o José Roberto! Viva!

Ué, porque a D. Josefa está saindo daqui? Vou atrás dela para ver. Está chorando. Porque ela está chorando? Será que fiz algo de errado? Será que ela não gosta mais de mim? Será que ela se meteu em encrenca por causa do bolo?
A vida continua passando do mesmo jeito depois do meu aniversário. Todo mundo sendo adotado e nada de alguém me querer. Tem uma sala onde as crianças vão e conversam com as famílias que podem levá-los para uma casa nova! Eu nunca nunca entrei naquela sala. Acho que a sorte que a D. Josefa me desejou ainda não chegou. Onde será que minha sorte está?
Hoje acordei e achei que as coisas estavam meio estranhas. As pessoas aqui estão meio cochichando, não sei bem o que está acontecendo. Quando cheguei para tomar o café da manhã, que susto! No refeitório tem uma grande festa! Tem um cartaz enorme escrito SORTE. Acho que meu dia chegou! Me disseram agora que vou ser adotado! Mas quem? Ninguém falou comigo! Quando eu vi, D. Josefa estava com uma mala na mão e me abraçou muito! Ela vai ser minha mãe! Ela é minha sorte!


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Sumidinha, mas ainda viva!

Pois é, tem MUITO tempo que não apareço por aqui. Nem posso culpar o Doutorado por isso, porque esse semestre foi bem mais tranquilo. Em compensação, o próximo vai ser punk demais! Contudo, me enrolei na vida e acabei não conseguindo escrever nada, somente no meu diário. Tem umas coisas legais acontecendo que gostaria de compartilhar. Uma delas é que estou participando de um grupo de scrapbook que trabalha com uma lógica de registro do cotidiano. Tem um nome pomposo de Project Life, mas para mim nada mais é que fazer scrap com fotos do dia-a-dia, sem precisar ser um evento. Um diário em fotos (e uns papéis coloridos hahahahahah).

A escrita é uma parte importante desse processo que não é só ligado as fotos, mas a sensações e experiências relacionadas aquelas fotos escolhidas para colocar no seu álbum. Tendo em vista isso, a organizadora desse grupo sugeriu que a gente lesse um livro chamado Como se Encontrar na Escrita de Ana Holanda. 



Iniciei a leitura e no final de cada capítulo tem um exercício a ser feito. Resolvi fazer essas tarefas aqui nesse espaço, com vocês. Vou fazer um capítulo por vez, independente de como estou caminhando com a minha leitura. No primeiro capítulo, a sugestão é lermos um livro infantil para observarmos a estrutura do texto. Resolvi pegar Pippi Meialonga de Astrid Lindgben. 



Mônica ganhou esse livro quando ainda era criança (hoje com 18 anos) de uma amiga minha do trabalho, a Carol. Lembro da preocupação dela, porque achou que talvez fosse um livro muito infantil. Mônica amou o livro de primeira e me disse na época (e reafirmou agora), que não sabia o porquê, mas que a protagonista se parecia comigo. Fiquei curiosa para ler na época, mas acabei não lendo. Por isso ele foi o escolhido.

Achei um livro super divertido e muito criativo. Fiquei me perguntando como a Pippi seria parecida comigo. Se você já leu, vai entender o que estou falando. A menina é muito pirada! hahahahah Ela tem um jeito todo peculiar de lidar com as adversidades da vida. Será que a Mônica me enxerga assim? Como uma pessoa que lida com as adversidades da vida de modo diferente das outras pessoas de uma maneira geral? Ela é muito alegre e tem um quê da Pollyanna, mas sem aquele sofrimento todo. Eu sou bem apaixonada pela Pollyanna e me identifico muito com essa personagem. Acho que talvez o caminho seja por aí. 

Bem, livro lido, tarefa feita! Até a próxima!

Ah, para ficar bem visual o que é o PL (Project Life), vou deixar o link do mês de Fevereiro para vocês entenderem como fica. Mas se alguém quiser fazer, não precisa da papagaiada toda, o básico são fotos com uma escrita. Clique aqui


sábado, 18 de fevereiro de 2023

Aula Pública na Pequena África

 


Sábado passado, dia 11 de Fevereiro, seguimos para um passeio muito diferente. A escola de Mônica está fazendo uma campanha para pagar a obra de acessibilidade. AEN é uma associação de pais e faz com que cada gasto extra precise ser organizado na assembléia de pais. Uma das estratégias para arrecadação de fundos foi uma aula pública na Pequena África, oferecido pelo professor Flavio Henrique Cardoso do Negrociando História. Fomos de barca e depois andamos até o MAR que era o ponto de encontro.



No caminho para a Pedra do Sal passamos por alguns murais e pela Praça da Prainha, onde tem uma homenagem a Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.



A Pedra do Sal é um local de mais arte estampada nos muros e mais arte no ar. Lá acontecem muitas rodas de samba famosas. Era o local onde escravizados passavam com cargas para o Morro da Conceição. 




No Valongo, além de visitar e conhecer o Cais, que recebeu mais de um milhão de pessoas escravizadas, passamos pelo Jardim Suspenso. Interessante que esse Jardim tem estátuas no estilo greco-romanas, tentativa do Rio virar uma cidade européia nos Trópicos.


A aula terminou no Instituto dos Pretos Novos. Ele fica situado no terreno onde antes tinha um cemitério usado para os escravizados. Foi descoberto meio ao acaso pela dona do Instituto, que infelizmente não tem nenhuma ajuda pública para a manutenção do espaço.

Fazer esse passeio deveria ser obrigatório para todas as escolas. Tipo currículo oficial. Foi muito importante para a minha formação como pessoa e imagino o impacto nas crianças e adolescentes presentes. Se você tiver oportunidade, não deixe de fazer esse circuito.